setembro 17, 2008

PERMITINDO-SE VIVER

Seus braços se abrem, seu corpo frágil, exposto, mergulha...

E ainda, não sabe nadar...

Mas percebe que, aos poucos, aprende a confiar,

perdoando deslizes que nem sempre sabe como aceitar, como compreender...

Simplesmente entrega-se à vida que pulsa em si.

Por vezes, questiona sua vida, sua forma de atuar,

e mesmo com as asas feridas, trata de prosseguir,

ouvindo seu coração, sentindo a força que impulsiona para frente... Sempre...

Chora e sorri ao mesmo tempo, reconhecendo na luta e na dança,

sua beleza, sua essência...

Curva-se em amor e compreensão,

agradecendo à nova forma de conceber seus dias, sua vida...

Percorrer por este caminho exige coragem...

Sim, também já sabe disso, aceitando-o agora sem tantas confusões.

Olha para si mesmo e percebe sua mudança...

Observa sua própria correria, suas cestas de alegria, aceitando a vida como ela é.

Observa também seus rumores internos, sua tristeza, seus equívocos, e abraça por

inteiro tudo aquilo, tudo aquilo que significa para si mesmo e reconhece que o

equilíbrio ainda depende de lados e mais lados... Não há tanta pressa...

E assim, se deixa à vontade... Pisando macio, indo mais devagar nas escolhas, nas

urgências, nos julgamentos. Agradece ao seu próprio ser, à sua tão melhorada

capacidade de compreender um pouco mais o incompreensível.

E vê que o riso é presente, porque se permite chorar.

A confiança ilumina-lhe a alma, porque se permite conhecer e

a paciência, sua tão generosa companheira o aconchega, porque se permite aprendê-la.

Agora descansa e protege-se docemente, porque sabe... A vida lhe pertence...


E.P

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