setembro 17, 2008

ENCONTRANDO O AMOR


Olhava o modo como chegava.

Seu silêncio, sua desconexão.

Faltava-lhe alegria, faltava-lhe o ar.

Punha-se, quieta, a pensar no sofá da sala, trancada em suas ilusões.

E eu observava sua dificuldade em alcançar, em encontrar e sentir o Amor, que por

ali passava, parecendo querer roubá-la para um doce, um chá;

parecendo querer seu sorriso, sua doçura, sua real natureza.

Via que passava horas tentando convencê-la a levantar-se, a sair, a caminhar.

E os dias se passavam daquela forma.

Ele, o Amor, não desistia da sua natureza em amar.

Ela acreditava não poder fazer parte do que ele lhe propunha.

Um dia chegou da mesma forma.

Em silêncio, sozinha e confusa.

Ele, pela primeira vez, sentou-se ao seu lado e nada fez.

Ela estranhou, mas achou melhor desprezar o fato.

E algumas horas se passaram sem que o Amor nada fizesse.

Ela, por vezes, fitava-o, querendo descobrir o que estava acontecendo.

De repente, ele se pôs em pé. Parecia ir embora...

Quando ela chorou, pedindo-lhe para ficar.

Naquele momento, os olhos dela iluminaram-se.

Ela havia aberto a sua porta, havia manifestado a sua vontade.

Encontrara o Amor.

E então, eles puderam dançar juntos, saborearam os doces e os chás.

Saíram para ver o sol, tomaram chuva e oraram a Deus.

Ela pôde sentir a bênção em ser filha do Pai.

Quando o Amor a olhou nos olhos e se despediu.

Ela não acreditou e perguntou:

Porque me abandonas exatamente no momento quando mais preciso de ti?

E ele respondeu:

Na verdade, Criatura de Deus, não te estou abandonando.

Apenas descobriste que és concebida do Amor.

E agora poderás prosseguir com seu próprio coração, pois nele encontra-se tudo de

que necessitas.

Enquanto isso, vou à procura de outros que, como tu, precisam descobrir que são o

que eu sou, para voltarem a ser o que sempre foram:


o Amor!
Estação Paz

Nenhum comentário:

Postar um comentário